quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Swing, o outro remédio para a infidelidade



Publicado em 23/07/2009, no site: http://www.ionline.pt/conteudo/9880-swing-o-outro-remedio-infidelidade

Casais liberais distinguem amor de sexo e têm prazer com outros parceiros. A história que se segue, de um casal swinger português, é para maiores de 18 anos

Aquele bangalô do Parque de Campismo de Monsanto não fala. Se falasse, seria a fonte ideal para relatar a primeira aventura de swing do casal SW-Team. É este o nome de guerra de T. (homem, 29 anos) e S. (mulher, 26), casal que pratica "sexo social, entre casais" desde 2006 e que agora publica o livro "Swing - Diário de bordo" (ed. Bertrand).

Recuamos a 2006 e ao aniversário de S.. Depois de muitas conversas em fóruns na internet, T. resolveu oferecer-lhe uma noite a três com... outro homem. "Convidei o Tob a juntar-se a nós. Ele aproximou-se e ela ajudou-o a tirar o roupão, depois levou a boca ao seu jovem sexo firme e duro", narra T. na página 18 do livro.

A chegada ao swing não foi a mais habitual para o casal lisboeta. Afinal, os singles masculinos como Tob (homens que se movimentam sozinhos nesta comunidade em busca de prazer) não são muito bem vistos e sofrem "mais recusas dos casais". Mas a "noite de loucos" no ambiente bucólico de Monsanto correu bem e foi o empurrão que faltava para a entrada definitiva no meio.

Os próximos passos foram a primeira ida ao X-Club, local por excelência da comunidade swinger lisboeta; a "partilha de fotos sem rosto" pela net; as primeiras vezes com casais swingers; as grandes festas eróticas e as mais privadas, até na própria casa. No livro, T. descreve tudo com uma escrita muito explícita e várias vezes pornográfica: "Segurou-me o pénis dentro da boca da minha amada enquanto lhe dizia 'bebe o leitinho todo, bebe'. Adorei a experiência."

Passaram quatro anos e a SW-Team continua a encarar o sexo sem tabus. Tem perfis em vários sites, para conhecer novos casais, e garante que o prazer está em "procurar inovar a cada experiência". Quando olha para trás, T. dá um conselho aos que pensam iniciar-se nesta prática: "Jamais entrem no swing com a ideia de que pode salvar um casamento. Se o casamento não está bem, o swing apenas o vai piorar."

O sexo livre é apenas "uma pequena parte" da vida deste "casal feliz", com dois filhos. T. garante não sentir "qualquer tipo de monotonia ou quebra de confiança na relação". O principal risco de entrar no universo swing é não ter a certeza do passo que se está a dar. "Deve entrar-se no swing com confiança e quando a relação está sólida. Aí, o swing tem o papel fundamental de apimentar a realidade sexual do casal", prossegue T.

O swing foi a forma que a SW-Team encontrou de animar a sua vida sexual e "desfrutar dos diferentes prazeres da vida" sem recorrer à traição: "Não entramos no campo da infidelidade, no qual a maioria das pessoas entra, jogando às escondidas e colocando máscaras de gente séria" (pág. 21).

Mas para um casal dito convencional é difícil imaginar uma situação em que o outro parceiro faz sexo ali ao lado, com outra pessoa. T. diz que a culpa é da sociedade, que é "preconceituosa em relação a escolhas que diferem do que está dentro de certos parâmetros". É principalmente por isso que a SW-Team continua a esconder esta sua faceta sexual da maioria dos amigos não swingers. "Existem duas ou três pessoas fora do meio que sabem mas os riscos são elevados e preferimos salvaguardar-nos."

São poucas as barreiras que o casal swinger não quebrou: as noites de sexo em grupo, os encontros casuais em festas, as férias picantes no Algarve e em Amesterdã. Tudo, afiança T., sem que o ciúme alguma vez se intrometesse na história. "A partir do momento em que colocamos os valores swingers em prática, sentimentos como o ciúme desvanecem."

Isso vale mesmo quando T. percebe que a sua "amada" [expressão que usa, quase sempre, quando se refere a S.] gosta do sexo com outro parceiro. "Se a minha companheira gosta de estar com alguém não implica que já não goste de estar comigo", defende-se. E vai avisando que é bom que S. aproveite cada minuto de sexo, porque "pode ter a certeza" que ele vai fazer o mesmo. "Faço questão de que ela se divirta ao máximo", remata.

T. frisa que "um swinger é uma pessoa completamente normal". Só que as noções de normalidade também estão inscritas pela sociedade e é natural que surjam perguntas. Um ano depois de entrarem no swing, S. resolveu contar a uma amiga. "Ao princípio a reação foi quase de choque mas depois de se habituar começou a fazer as perguntas habituais" (pág. 84). Para quem também tem perguntas (ou interesse), o melhor é consultar as páginas dedicadas ao swing na web (ver caixa) e começar por analisar este lema da SW-Team: "O ciúme limita, a conduta swinger liberta."

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